Se cada um de nós olhar para si e descrever os seus valores pessoais, pelos que se regem, com certeza que vamos encontrar muitas semelhanças, contudo a forma como os sentimos e transmitimos podem ser bastante diferentes, os conceitos que cada um de nós cria sobre os mesmos valores podem ser bastante dispares.
O mesmo acontece na espiritualidade, existem várias formas de ver a espiritualidade e também de a integrar e interagir com ela. A espiritualidade não tem necessariamente a haver com a adorar um Deus ou Deusa fora de si, na minha opinião, tem sim em sentir e nutrir o Deus e Deusa que existe dentro de nós. Por isso existem tantas verdades diferentes e tantas correntes de tantas terapias.
Se uma é melhor que outra, isso irá sempre depender do que cada pessoa necessita em determinado ponto da sua vida, o que é hoje certo e o melhor para mim, amanhã pode já não ser ou já não servir. É necessário encontrar um equilíbrio entre o que eu realmente necessito e aquilo que existe lá fora que me pode ajudar a encontrar a paz pessoal. E a melhor forma de escolher é procurar o silencio da mente e do ego e sentir o que realmente faz sentido a cada momento e a cada fase da vida.
Já conheci pessoas que se à primeira vista apenas estavam ao serviço do mundo material mas depois de dez minutos a conversar com a pessoa compreendemos que existe ali muito mais do que uma mera personagem a desempenhar o seu papel, mas alguém que está de coração aberto e disponível para ensinar tanto, e o contrario também já vi. Mas claro, talvez não me sirva a mim, mas pode servir a alguém.
Só cada um de nós sabe o que nos serve, o que nos nutre e o que nos apazigua a alma…
E seja que for, decisões são decisões e cada um é responsável por si e deixar cada um cometer os seus erros, os seus aprendizados é permitir que a pessoa tenha dignidade e integridade para crescer e tornar-se cada vez melhor para si mesmo. Só sendo o capitão do próprio barco é que sabemos em que porto o queremos atracar. Não são os outros. Os outros podem ter uma ideia mas a responsabilidade é totalmente nossa, e mesmo que coloquemos o poder de conduzir o nosso barco no outro… bem aqui a responsabilidade… continua a ser nossa.
Aos outros resta também reconhecer que têm de fazer o seu próprio percurso, encontrar o seu caminho, a sua própria dignidade e poder, e assumir sem medos as suas escolhas também, pois acredito, e talvez peque por excesso de fé, que tudo vai correr bem pois não existe sequer outra hipótese.
Texto publicado em https://www.justwoman.pt/2017/11/o-poder-da-escolha-por-diana-faustino.html
Imagem: Diana Sousa Faustino